Um grande avanço da tecnologia e em Portugal foi na área dos transístores, onde uma equipa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, do Centro de Investigação de Materiais (Cenimat), conseguiu tornar o papel parte integrante de um transístor, usando-o como isolante, em vez do tradicional silício, um projeto designado "Invisible".
Esta criação portuguesa poderá ser
usada em variadíssimas aplicações, entre elas, no campo da eletrónica
descartável, em ecrãs, etiquetas e pacotes inteligentes ou aplicações médicas
na área dos bio-sensores. Um exemplo prático e promissor é por exemplo num teste de gravidez ou de glicemia, onde utilizamos uma tira de papel que cria uma reação química, cuja interpretação feita com um transístor descartável lá existente seria possível obter informações complementares a partir desses testes.
Esta criação venceu uma das Bolsas
Avançadas do European Research Council, no valor de 2,25 milhões de euros e
transportou o nome de Portugal para as primeiras páginas de vários jornais e
revistas de todo o mundo.
Vantagens e desvantagens
Segundo a cientista que lidera a
equipa de investigação, Elvira Fortunato, o transístor coloca-se sobre o papel
uma camada de óxido semicondutor - no caso, óxido de zinco.
O papel assume duas funções: é o isolante elétrico do transístor e também o seu suporte físico. Além disso, o papel dado as suas características naturais constitui-se um suporte flexível para o transístor, muito mais leve e mais fino.
O papel assume duas funções: é o isolante elétrico do transístor e também o seu suporte físico. Além disso, o papel dado as suas características naturais constitui-se um suporte flexível para o transístor, muito mais leve e mais fino.
No silício, a camada de semicondutores tem 500 micrômetros de espessura, enquanto a camada de óxido de zinco sobre o papel tem apenas alguns nanômetros. A principal desvantagem é ser menos resistente que o silício,
A mesma equipa desenvolveu recentemente, com a Samsung, uma nova geração de ecrãs planos transparentes baseada na descoberta de um novo material semicondutor para os transístores constituído por óxidos, como o óxido de zinco.

É um ecrã de toque e é alimentado por um painel
fotovoltaico que converte luz ambiente em energia elétrica (o retângulo
preto no canto superior esquerdo do ecrã na foto).A Samsung prevê aplicações comerciais para esta tecnologia ainda para este ano. As janelas, os espelhos, etc, vão tornar-se no que só víamos em ficção-cientifica.
Esta tecnologia dará vida ao papel e a continuar a desenvolver-se e expandir-se, dentro de
alguns anos, veremos rótulos animados de produtos de supermercado (à
semelhança do que acontecia nos filmes do Harry Potter, mas sem magia) e estas baterias
poderão estar dentro de pacientes alimentado, por exemplo, pacemakers a
partir dos fluidos do próprio corpo, de entre muitas outras aplicações. Segundo
a investigadora Elvira Fortunato, funciona embebendo-se o papel num material semi-condutor (que
existe em cremes corporais) e imprimindo-lhe os componentes, podendo mesmo usar-se
as impressoras comuns para imprimir os componentes no papel, ou seja, sem necessitar de qualquer tipo de fios.
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